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Como a obesidade pode estar impulsionando gravidade e morte de jovens por Covid-19

Por Redação em 12/08/2020 às 09:22:32

"Concluímos que, em populações com grande prevalência da obesidade, a covid-19 afetará mais as populações mais jovens", afirmaram em maio três pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, em texto publicado na revista médica Lancet.

Na ocasião, os autores apresentaram os resultados preliminaresde uma pesquisa que buscou confirmar, com dados, algo que estava sendo observado na prática no hospital universitário da Johns Hopkins: pacientes jovens que chegavam às unidades de terapia intensiva (UTI) tendiam a ser obesos.

Os cientistas reuniram então dados de 265 pacientes internados em seis hospitais universitários americanos e concluíram que, sim, havia uma correlação inversa entre idade e Índice de Massa Corporal (IMC): pessoas mais novas internadas por covid-19 tinham maior probabilidade de ter IMC alto, na faixa da obesidade.

Foto Pixabay

Quase três meses depois, novos relatos em hospitais e pesquisascientíficasse somaram a este achado.

"Nossa correspondência (tipo de texto em um periódico científico, normalmente com etapas menos estritas que um artigo padrão) foi uma das primeiras, mas desde então já foram publicados 400 estudos — e este número continua aumentando — debatendo a conexão entre obesidade e os efeitos da covid-19 em uma pessoa infectada", explicou por e-mail à BBC News Brasil David A. Kass, cardiologista, professor da Universidade Johns Hopkins e um dos autores do trabalho.

"Existem hoje muitas pesquisas demonstrando que, se você considera os riscos que a obesidade sozinha produz para quadros piores de covid-19 (risco de hospitalização; de internação em UTI; ou de morrer), eles são consideravelmente aumentados em indivíduos com idade menor que 50-60 anos. Em pessoas mais idosas, digamos com mais de 65 anos, a obesidade sozinha se torna um risco menos proeminente."

"Presumo que seja porque em idades mais avançadas, existem muitas outras comorbidades — o envelhecimento e vulnerabilidades em si, histórico de câncer, doenças cardíacas, doenças imunológicas, doenças pulmonares — e que se tornam mais significativas nessa faixa etária".

Unidade de Terapia Intensiva, UTI, Hospital, pacientes, tratamento, internação, equipamento hospitalar – Foto Ag. Brasil

EUA e Brasil: líderes em covid-19

Os autores da carta no Lancet também escreveram que, ao chegar aosEUA, o coronavírus tinha feito médicos e cientistas ficarem em alerta sobretudo para a população idosa — que se mostrou particularmente vulnerável na China e Itália, por onde a doença passou e deixou vítimas primeiro.

Mas, nos EUA, a alta prevalência da obesidade — 36% da população adulta, segundodados globais de 2016— explicitou este novo e relevante risco.

Professor de medicina da Universidade de Campinas (Unicamp) e diretor do Centro de Pesquisa em Obesidade e Comorbidades, Licio Augusto Velloso avalia que, neste infeliz encontro entre as duas doenças, o Brasil tem mostrado características semelhantes aos EUA. Aqui, 22% da população adulta foi considerada obesa no levantamento de 2016, enquanto China e Itália aparecem respectivamente com 6% e 19,9%.

"Um outro fator importante na Itália é que a população é bem mais velha, então o principal fator da alta mortalidade lá parece ter sido a idade. Nos EUA, têm se destacado a obesidade e a diabetes."

Com altos percentuais de obesos, diz Velloso, as evidências têm confirmado a conclusão dos pesquisadores da Johns Hopkins de que populações com estas características colocam faixas etárias mais jovens em maior risco.

"Já há muitos estudos mostrando que, nos EUA, há uma mortalidade significativa nas faixas etárias intermediárias. O Brasil vai no caminho dos EUA, porque a nossa taxa de obesidade está muito alta — não tanto quanto nos EUA, mas também assustadoramente alta", aponta o médico, acrescentando que, no Hospital de Clínicas da Unicamp, é sabido pela equipe, por observação, que os jovens mais gravemente afetados pela covid-19 são na maioria obesos.

E, mesmo que países como o Brasil tenham uma população mais nova em geral, ele acredita que a relevância da covid-19 em faixas etárias mais baixas "certamente é mais porque estamos com jovens muito obesos, do que porque temos muitos jovens".

De acordo com dados do Ministério da Saúde, até o início de agosto a distribuição de pessoas hospitalizadas por covid-19 no Brasil por faixa etária foi maior nas idades de 60 a 69 anos (20%); 50 a 59 anos (18%); 70 a 79 anos (17%); 40 a 49 anos (14%); 80 a 89 anos (10%); 30 a 39 anos (10%); 20 a 29 (3.9%).

Combinação com hipertensão e diabetes

"Em fevereiro, os primeiros estudos publicados na China já deixavam claro que pacientes com obesidade, diabetes, hipertensão evoluíam de forma mais grave", apontou Licio Velloso, da Unicamp, em entrevista por telefone.

De antes da pandemia, a associação entre obesidade, diabetes e hipertensão já é bastante conhecida.

"Aproximadamente 60 a 70% das pessoas que são obesas acabam desenvolvendo tanto diabetes como hipertensão. Essas condições começam normalmente porque já há a obesidade de base", explica Velloso.

Por isso, explica o pesquisador, para os mais jovens a obesidade pode ser um fator mais relevante para a covid-19, pois normalmente — mas nem sempre — precede o desenvolvimento da diabetes e hipertensão.

Ele e David Kass destacaram que a produção científica se encaminha para, agora, responder mais precisamente como cada um desses fatores — obesidade, diabetes e hipertensão — influencia no desenrolar da covid-19, em diferentes idades.

Fatores da obesidade que aumentam a vulnerabilidade à covid-19- Leia mais AQUI

Publicado primeiro em Banda B » Como a obesidade pode estar impulsionando gravidade e morte de jovens por Covid-19

Fonte: Banda B

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