Cerca de 40 mil pessoas que vivem nos arredores das ĂĄreas de risco de afundamento em Maceió (AL), após o desastre geológico da Braskem, sofrem com medidas tomadas por companhias seguradoras credenciadas à Caixa Econômica Federal (CEF). Sem apresentar estudo técnico, elas estão se recusando a contratar o seguro residencial para imóveis que estão no raio de 1 km das margens dos locais que oficialmente correm perigo – e isso torna praticamente impossível vender os imóveis, porque seguros são exigidos para financiamento.
Na prĂĄtica, portanto, os moradores não receberam indenizações, por não estarem na ĂĄrea definida como diretamente atingida, e agora também vivem uma espécie de limbo jurídico, pois são afetados, mas não tĂȘm proteção legal.
A mineração de sal-gema pela empresa Braskem, por quatro décadas, causou instabilidade em terrenos da capital alagoana. O Serviço Geológico do Brasil atestou que a atividade abriu cavernas em camadas profundas, o que desestabilizou o solo, causando tremores de terra, afundamento do solo e rachaduras em imóveis. Por causa disso, foi elaborado o "Mapa de Setorização de Danos", que define as regiões afetadas e as linhas prioritĂĄrias de ação.
As seguradoras, no entanto, ampliaram internamente o mapa de risco jĂĄ definido pelo Serviço Geológico do Brasil, em conjunto com a Defesa Civil do Município de Maceió e a Defesa Civil Nacional, entendendo que o perímetro além dos locais de risco pode sofrer consequĂȘncias das ações da mineradora. E, assim, decidiram não cobrir esses imóveis.