Ao transferir conselho do Ministério do Meio Ambiente para Vice-Presidência, Bolsonaro excluiu governadores. Presidente disse que eles serão consultados sobre decisões na região. Bolsonaro falou com jornalistas na saída do Palácio da Alvorada
Guilherme Mazui/G1
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (13) que incluir governadores no Conselho Nacional da Amazônia "não resolveria nada". Ele ressaltou, no entanto, que não vai tomar decisões sobre a região sem consultá-los.
Bolsonaro foi questionado, durante entrevista na saída do Palácio da Alvorada, se foi dele a decisão de excluir os governadores do conselho, agora chefiado pelo vice-presidente Hamilton Mourão.
Ao assinar o decreto que transferiu o colegiado do Ministério do Meio Ambiente para a Vice-presidência, Bolsonaro deixou de fora os governadores da Amazônia Legal. A composição anterior do conselho, estipulada em um decreto de 1995, incluía os governadores. Integram a Amazônia Legal: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão.
Segundo Bolsonaro, ter governadores e secretários municipais no colegiado tornaria o grupo muito grande e não seria efetivo, além de gerar despesas.
"Se você quiser que eu bote, está aqui o Atila Lins [deputado federal PP-AM] para responder. Se você quiser que eu bote governadores, secretários de grandes cidades, vai ter 200 caras. Sabe o que vai resolver? Nada. Nada", disse Bolsonaro, que acrescentou:
"Tem bastante ministros. Nós não vamos tomar decisões sobre estados da Amazônia sem conversar com governador, com a bancada do estado. Se botar muita gente ,é passagem aérea, hospedagem, uma despesa enorme, não resolve nada", completou o presidente.
Bolsonaro destacou que Mourão conhece a região, por ter trabalhado na Amazônia durante sua carreira militar - o vice-presidente é general da reserva do Exército.
Ministério para Amazônia
A reativação do conselho foi anunciada em meio às diversas críticas de ambientalistas e líderes internacionais sobre a política ambiental do governo Bolsonaro.
Ainda na entrevista desta quinta, Bolsonaro afirmou que o deputado Átila Lins lhe sugeriu a criação do Ministério Extraordinário da Amazônia, a fim de executar ações na região. O presidente disse que estudará a sugestão, mas admitiu o impacto negativo por criar um novo ministério.
"Levo para estudar. Não posso aceitar aqui agora, envolve despesas, o impacto negativo de mais um ministério", disse Bolsonaro