A popularização da tecnologia provocou mudanças em todos os âmbitos, inclusive na forma como as famílias “funcionam”. Se antes o modelo tradicional baseava-se nos pais transmitindo conteúdos para os filhos, a facilidade de acesso às redes sociais e à internet, entre outros fatores, pode provocar uma socialização reversa, em que os filhos ensinam os pais. A tendência foi observada em um estudo da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA) da USP.
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De acordo com Murilo Lima Araújo, pesquisador responsável, que conversou com o Jornal da USP, a socialização reversa acontece quando os filhos adquirem mais conhecimento do que os pais, gerando neles o interesse de aprender junto.
Para ele, esse fenômeno já acontece há algumas décadas, mudando o papel da criança no contexto familiar em relação a gerações anteriores.
Araújo cita que alguns dos motivos para isso são as políticas garantidoras de educação e o aceso à tecnologia.
O estudo observou que a tecnologia é uma das principais responsáveis pela socialização reversa. Outros fatores são a escola e o estilo parental, que foi de famílias mais rígidas para estilos de criação mais abertos.
Ainda, a pesquisa mostra que essa mudança na socialização é colocada em prática no que se refere a consumo de eletrônicos e roupas, atitudes pró-ambientais, atividade física, relações interpessoais e inteligência emocional.
Com essas descobertas, a intenção é tomar ações educacionais para diminuir a lacuna entre gerações e também refletir sobre a educação das crianças.
Fonte: Olhardigital