Apesar de a energia eólica ser absolutamente acessível, renovável e, em alguns termos, mais barata, os responsáveis pela implementação dessa tecnologia estão relutantes em investir nela, pois há a percepção de que os parques eólicos precisam de muita terra, ao ser comparada com as centrais elétricas movidas a combustíveis fósseis.
Contudo, uma investigação liderada pela Universidade McGill com base em avaliação da utilização do solo de cerca de 320 parques eólicos nos EUA é contrastante com o cenário anterior.
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O uso da terra em parques eólicos tem sido frequentemente visto como um dos desafios predominantes para o desenvolvimento eólico. Mas, ao quantificar a área de terra utilizada por quase 16 mil turbinas eólicas no oeste dos EUA, descobrimos que a geração a gás não oferece benefícios reais em termos de menor uso da terra quando as infraestruturas, incluindo todos os poços, oleodutos e estradas associadas com a cadeia de fornecimento de gás natural, são considerados.
Sarah Jordaan, professora associada do Departamento de Engenharia Civil da McGill e autora sênior do estudo
Segundo o TechXplore, tem sido difícil obter clara imagem do uso do solo associado à energia eólica nos EUA, pois os estudos anteriores focaram apenas na análise da infraestrutura associada à energia eólica e ao uso do solo em escala pequena.
Já outros estudos basearam-se apenas em estimativas de todo o parque eólico, em vez de nos terrenos diretamente impactados pela infraestrutura.
Por meio da combinação de informações coletadas pelo GIS (sistemas de informação geográfica, em tradução livre), com modelos de aprendizado de máquina (machine learning) desenvolvidos com quase duas mil imagens de parques eólicos da região estadunidense da Interconexão Ocidental (fornecedora de energia para 14 estados dos EUA e partes de Canadá e México), foi possível treinar modelo de aprendizagem profunda (deep learning) para análise do uso da terra em parques eólicos.
Dessa forma, foi possível analisar vários fatores, como localização das turbinas, estradas preexistentes e idade das turbinas, que ajudam aos terrenos a serem diretamente afetados pela infraestrutura eólica.
O método que desenvolvemos é potencialmente utilizável para avaliações futuras de várias tecnologias energéticas, seja em termos de análise de impacto ambiental ou planejamento de sistemas energéticos para emissões líquidas zero. Na verdade, prepara o terreno para as primeiras comparações consistentes de sustentabilidade ambiental entre diferentes tecnologias energéticas no futuro.
Sarah Jordaan, professora associada do Departamento de Engenharia Civil da McGill e autora sênior do estudo
Fonte: Olhardigital