Quando a gente pensa em um PC gamer, tem em mente dois cenários. O primeiro é um gabinete montado peça por peça, garimpando preço e especificação por lojas, enquanto o segundo é um pacote fechado em um notebook, que está longe de fazer feio – mesmo com uma fração do consumo energético de um desktop tradicional. Pois bem, a Dell resolveu juntar esses dois mundos em um só produto e ele é o Alienware Aurora R15.
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Prometido para o Brasil na BGS de 2022, o desktop vem pronto para simplesmente plugar o cabo HDMI no monitor e o fio de força na tomada, para lotar o espaço interno com jogos e o Windows 11 também. Passei as últimas semanas usando esse Alienware todo dia, até para escrever este review, e te conto minha experiência nos próximos parágrafos.
Um gabinete de PC gamer precisa ser bonito para ser visto e nisso o Alienware Aurora R15 não faz feio. Ele é um dos gabinetes que eu mais gostei, seja pelo desenho da frente com acrílico escurecido, ou pela inclinação que todas as placas ficam, mesmo com ele reto na mesa.
Todo o conjunto é arredondado e lembra muito os notebooks Alienware. Seja pela entrada de ar frontal em grade com ângulos retos, seja pela cara de pílula que o gabinete tem. É uma linguagem visual que reforça pontos importantes da marca, diferenciando facilmente este desktop de qualquer outro disponível no mercado.
Como todo bom gabinete gamer, aqui temos lateral transparente para apreciação do setup, com luzes RGB no cooler traseiro, nome da marca, sobre a bomba do watercooler, lateral da placa de vídeo, frente e por cima do processador – todos personalizáveis. A placa é preta e eu senti falta da RAM e SSD seguirem nessa tinta escura.
Com a iluminação dos LEDs, junto da sombra natural feita pelo gabinete, você precisa jogar uma luz branca para dentro e assim nota que RAM e SSD não são pretos. O visual da memória volátil é ainda mais simples, parecendo o componente utilizado em um PC qualquer do trabalho.
O fluxo de ar do gabinete é feito da frente para a traseira, além de um pouco do vento entrando pela lateral furada no acrílico. Eu joguei por muitas horas e não senti problemas com resfriamento, um ponto bastante polêmico levantado em alguns modelos passados do Aurora.
Eu notei um problema que será sério em pouco tempo: não existe uma espécie de filtro nas entradas de ar. Poderia ser uma tela capaz de dificultar a entrada de pelos ou sujeira maior. Não ter este componente não fará o computador ser menos potente de cara, mas vai te obrigar a abrir o gabinete mais vezes para remover o pó acumulado depois de meses de uso.
Ao menos abrir o desktop não é uma tarefa complicada, basta remover um parafuso e pronto. Fechando a parte externa, antes de entrar de cabeça no hardware, temos dois pontos importantes. O primeiro é a quantidade gigante de portas USB de todos os tipos, somando 12 conexões no total, sendo três delas USB-C.
Certamente tem muito mais porta USB do que coisa com essa conexão para eu usar, mas ter mais sempre é bom, então tá tudo bem.
O segundo é uma caixinha que precisa existir se você quiser Wi-Fi. Eu não entendo o que fez a Dell não colocar uma antena interna no gabinete, ou até externa na parte traseira. Ela preferiu um componente que vai rosqueado em dois cabos e que não deixa o setup bonito. Pode ser interessante para deixar a recepção melhor, mas é feio na mesa.
Por fim, o gabinete fica apoiado na mesa ou no chão por ele mesmo, sem pés visíveis. Eu gostei dessa escolha, dá uma sensação de modernidade bastante bacana.
Abrindo o pacote, temos um misto de sensações. Existem muitos modelos de configuração para o Alienware Aurora R15 e recebemos o mais potente disponível no Brasil. Isso significa um Intel Core i9, 32 GB de RAM, SSD de 1 TB, com Wi-Fi 6E e GPU Nvidia GeForce RTX 4070 Ti com 12 GB só para ela.
Antes de falar sobre números em jogos, saiba que não existe jogo que faça esse gabinete sofrer se você ficar em 4K, ou Full HD. Ainda sobre a construção do hardware, eu senti que o resfriamento líquido é eficiente em momentos de alta demanda, enquanto é extremamente silencioso quando você apenas usa a internet.
Tudo lindo, até você pensar em um upgrade. Tudo aqui é feito como em um notebook: as peças e conectores são customizados ou o gabinete é recortado exatamente para encaixar o que ele tem hoje. Com isso você pode, sim, trocar de processador, desde que ele encaixe na placa-mãe presente no Aurora R15.
É possível trocar a placa de vídeo? Sim, desde que ela encaixe no espaço reservado para a RTX 4070 Ti, esse bem apertado. Quer subir para uma 4090? Não dá, ela ocupa mais do que o gabinete oferece internamente e a fonte entrega menos energia. Sobra algum upgrade? Sim, RAM e SSD – exatamente como um notebook.
Por conta disso, saiba que o Alienware Aurora R15 muito provavelmente ficará com o hardware que você comprar na hora de fechar negócio. Mesmo sendo um desktop, onde a premissa é poder abrir e trocar o que você quiser, aparentemente só RAM e SSD estão nesse pacote. Quando quiser um upgrade mais profundo, será obrigado a comprar outro gabinete com uma nova fonte, placa-mãe
Enfim, jogos, vamos falar sobre força. Se você joga em Full HD, certamente terá desempenho excepcional por uns cinco anos, até mais se pensar em um DLSS ativado. Olhando para o calor gerado pelo sistema neste momento, eu senti falta de qualquer sistema de dissipação feito na RAM e no SSD.
Falando nele, o SSD que vem instalado na unidade de testes é um NVMe em padrão PCIe 4.0, sendo muito veloz. No CrystalDiskMark consegui leitura sequencial beirando os 7.000 MB/s e escrita em 5.634 MB/s.
Em games, o Aurora R15 é vendido em um pacote com monitor em Full HD e foquei os testes nessa resolução. Horizon Zero Dawn rodou com qualidade no máximo possível, com médias batendo em 200 quadros por segundo e o 1% de mínimas esteve em 125 fps. Já Shadow of the Tomb Raider, pelo benchmark do próprio título, marcou 253 frames em média com o DLSS desligado.
Bom, resolvi que era hora de colocar mais resolução para rodar, até pelo preço elevado e capacidade do hardware. Comecei com Assassins Creed Valhalla rodando no máximo possível em 4K, marcando cerca de 75 fps. Cyberpunk 2077 com DLSS ligado para qualidade e renderizando 1440p (2K), marcou 80 quadros por segundo.
Já Red Dead Redemption 2 marcou mais de 100 fps com tudo no ultra e exibindo resolução 4K no monitor, junto de DLSS configurado para qualidade.
Se você quer um PC gamer em gabinete de torre e quer ter apenas o trabalho de entrar no site da Dell e escolher o modelo, chegando pronto para funcionar, vale a pena demais. O Alienware Aurora R15 é um desktop com visual de um, força bruta deste tipo de computador, mas com sérias limitações para quem quer upgrade.
A Dell escolheu conectores e placas fora do padrão de um gabinete, muito menos de um focado no público gamer. Com isso você terá dificuldades elevadas para conseguir lidar com uma atualização de hardware futura e que vá para além do SSD e RAM.
Se você quer um PC Gamer e sabe o mínimo sobre peças e componentes, consegue encontrar exatamente o mesmo hardware presente no Aurora R15 no mercado, mas custando quase a metade do conjunto oferecido pela Alienware.
Então é preciso entender que este PC é feito para quem já está acostumado com um notebook da marca e sua limitação natural de upgrade. Para esse tipo de usuário, o Alienware Aurora R15 é excelente, mas para o gamer micreiro mesmo ele é um desperdício de dinheiro bastante elevado.
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Fonte: Olhardigital
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