"Uma coisa é você admirar uma pessoa, outra coisa é trabalhar com ela", afirmou. "Moro tem compromisso com seu ego, não com o Brasil."
O presidente Bolsonaro disse ainda que o ex-ministro ainda teria aceitado a saída de Valeixo da PF, mas apenas em novembro, segundo o chefe o Executivo. "Em conversa com o Moro, ele me disse: "Olha, você pode trocar o Valeixo, sim, mas em novembro, depois que o senhor me indicar pro Supremo Tribunal Federal", disse Bolsonaro.
O presidente sustentou que nunca pediu para Moro, ou para a Polícia Federal, que o "blindassem" de investigações.
"Nunca pedi para ele [Moro], pra que a PF me blindasse onde quer que fosse", disse o presidente. "O que eu quero é que ela [a PF] seja usada em sua plenitude."
Negou que exoneração do ex-diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo tenha tido qualquer ligação com tentativa de interferência.
"[Moro] falava em interferência minha na PF. Oras bolas, se eu posso trocar um ministro, por que não posso, de acordo com a lei, trocar o diretor da PF?", indagou Bolsonaro. "Eu não tenho que pedir autorização de ninguém pra trocar um diretor ou qualquer outro que esteja na na mirada do Poder Executivo. Na hora que tiver que pedir, deixo de ser presidente", exclamou.
O presidente prosseguiu e, para questionar a afirmação do ex-subordinado de que tentara interferir na Polícia Federal, afirmou que o agora ex-ministro "se preocupou mais com Marielle (a vereadora do PSol do Rio assassinada ao lado do motorista Anderson Gomes) do que com seu chefe supremo". Ele fazia referência ao que avaliou como menosprezo de Moro em relação à investigação sobre a facada que levou durante a campanha em Juiz de Fora.