Isso porque ao mesmo tempo em que os 26 dirigentes estavam reunidos no prédio da CBF para apreciar o parecer da Comissão de Ética que pedia o afastamento de Caboclo - seriam 27, mas a federação de futebol do Pará não participou porque, por lá, também há dúvidas sobre quem a dirige - , em Brasília o ministro Humberto Martins, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinava que a CBF nomeie interinamente seu diretor mais velho para comandar a entidade.
O magistrado reconsiderou em parte uma decisão proferida no início de dezembro do ano passado em ação movida pelo Ministério Público do Rio (MPRJ). O órgão contesta a alteração no estatuto que modificou os critérios para votação à presidência e que serviu para eleger Caboclo em 2018.
Com a decisão do ministro, um novo imbróglio está formado. Primeiro, porque há divergência sobre quem é o diretor mais velho da entidade: Oswaldo Gentille, o Dino, que é diretor de Patrimônio; ou Carlos Eugênio Lopes, vice-presidente Jurídico. Apesar de ser mais velho que Dino e estar na entidade desde a década de 1980, o cargo de vice-presidente Jurídico não consta no estatuto da CBF. Além disso, Lopes é um dos advogados que defendem a confederação nessa ação.
Outra dúvida que percorre os corredores da CBF é se a Assembleia Geral que está sendo realizada tem validade, visto que a decisão de Humberto Martins foi proferida ao mesmo tempo. O discurso que está sendo preparado é de que a entidade não foi notificada e que, portanto, a reunião do colegiado e sua decisão foram legítimas.
A assembleia que reuniu dirigentes das 26 federações estaduais foi convocada para votar o parecer da Comissão de Ética da CBF que pedia nova suspensão a Rogério Caboclo. Afastado de suas funções em setembro do ano passado até março do ano que vem, o cartola acabou punido nesta quinta por mais 20 meses, período que ultrapassar o prazo de seu mandato, previsto até abril de 2023.
Fonte: Notícias ao minuto