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Como a humanidade pode escapar do Apocalipse Climático?

Depois do calor infernal de março, completamos 10 meses seguidos de recordes de temperatura global.

Por Adeilson em 22/04/2024 às 20:29:14

Depois do calor infernal de março, completamos 10 meses seguidos de recordes de temperatura global. Ao que tudo indica, nós pisamos no acelerador do caos climático e os cenários catastróficos alertados pelos cientistas há décadas, já aparecem no horizonte próximo. Ainda assim, muita gente tem dúvidas sobre esse tema, o que acaba gerando até uma certa polêmica. Mas entre os cientistas de maior credibilidade na área, a única dúvida é como a humanidade pode escapar do Apocalipse Climático que se aproxima?

Se você ainda tem dúvidas se o aquecimento global é real ou se é causado pelas atividades humanas, te compreendo. É difícil formar uma convicção em meio a tanta desinformação. Mas hoje já temos uma série de evidências científicas que nos permitem afirmar que o nosso planeta está esquentando e que esse aquecimento é consequência da ação humana. A parte boa é que, sendo nossa a responsabilidade, também é nossa a chance de mudarmos o rumo da história e pegarmos o próximo, (e que talvez seja o último) retorno dessa estrada que está nos levando ao colapso.

[ Anomalias na temperatura média global para o ano de 2023 – Créditos: C3S/ECMWF ]

Atualmente, nossos satélites meteorológicos mais avançados, nos permitem medir, com incrível precisão, as temperaturas de várias camadas atmosféricas de qualquer parte do planeta. Mas a ciência também desenvolveu técnicas para estimar, de maneira indireta, a temperatura da Terra em épocas passadas. 

Técnicas distintas, como análise de núcleos de gelo e interpretação de aneis de árvores, mas que convergem nos resultados. Elas nos mostram que nos últimos 500 milhões de anos, a temperatura do planeta já variou bastante. A Terra já foi bem mais quente que Teresina no verão, inclusive bem antes da existência de humanos. Então, isso seria uma prova de que nós não temos culpa das mudanças climáticas que estamos vivendo? Infelizmente não. 

[ Estimativa da temperatura média global dos últimos 500 milhões de anos – Imagem: Adaptação do gráfico do Smithsonian National Museum of Natural History ]

As principais mudanças na temperatura do planeta ou levaram milhões de anos para acontecer, ou foram provocadas por eventos catastróficos, como um asteroide de 15 quilômetros atingindo a Terra 65 milhões de anos atrás. E desde o fim da última era glacial, há cerca de 10 mil anos, as temperaturas se estabilizaram em um platô, mas vem subindo repentinamente no último século. Não houve erupção de nenhum supervulcão, nenhuma atividade solar anômala e nem fomos atingidos por um grande asteroide. O único evento significativo que poderia gerar um aumento tão acentuado nas temperaturas globais é a industrialização.

Por ter sua matriz energética baseada na queima de combustíveis fósseis, nossa indústria lança na atmosfera um dos principais gases causadores do efeito estufa, o Dióxido de Carbono, ou CO2. A relação entre o CO2 e temperatura global pode ser comprovada quando comparamos os gráficos da concentração atmosférica de CO2 e da temperatura global, que se encaixam quase que perfeitamente. Por sinal, assim como a temperatura do planeta, as emissões de Dióxido de Carbono também bateram recorde em 2023, atingindo alarmantes 40 bilhões de toneladas. 

[ Concentração de CO2 na atmosfera (azul) e temperatura média global (vermelho) desde o início da era industrial – Imagem: NOAA ]

A industrialização é, de fato, a principal causa do aquecimento global, mas o aumento das temperaturas não é o único e nem o mais grave efeito das ações humanas no clima da Terra. Apenas 1,5°C a mais na temperatura média já vem alterando significativamente o nosso planeta, interferindo nas correntes atmosféricas e oceânicas, gerando eventos climáticos extremos, secas prolongadas, chuvas torrenciais e incêndios florestais.

[ Concentração de CO2 na atmosfera (azul) e temperatura média global (vermelho) desde o início da era industrial – Imagem: NOAA ]

O aquecimento  também provoca o derretimento de geleiras, redução das calotas polares e, consequentemente, o aumento do nível dos oceanos. E em pouco tempo, essas mudanças climáticas vão afetar significativamente a produção de alimentos, agravando ainda mais a fome e as desigualdades sociais. Diante desse cenário absolutamente alarmante, parece clara a urgência na adoção de medidas eficazes e sustentáveis que possam mitigar os impactos do aquecimento global e reverter essa trajetória que nos leva ao caos climático. 

Um dos esforços globais neste sentido foi a adoção do acordo de Paris em 2015, onde os países se comprometeram a reduzir suas emissões de CO2 até 2030 para evitar que a temperatura global se eleve além de 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais. Entretanto, passados 9 anos desde a assinatura do acordo, a realidade é que nossas emissões continuam aumentando e as temperaturas globais batendo recorde, inclusive já superando o 1,5°C adotado como meta para 2030.

A verdade é que a redução das emissões é um enorme tabu para um mundo cuja economia é tão dependente dos combustíveis fósseis. Então, quem sabe a solução não seja tentar retirar esse CO2 da atmosfera? Diversas pesquisas já desenvolveram novas tecnologias interessantes para capturar e armazenar o dióxido de carbono, mas por enquanto, essas soluções são muito caras e sua eficiência nem se compara a uma tecnologia antiga, inventada pela natureza há pelo menos 300 milhões de anos. Essa tecnologia, nós chamamos de "árvores".

Uma única árvore tem a capacidade de absorver cerca de 22 kg de CO2, em média, por ano. Por isso, a preservação e a recomposição das florestas é tão importante para a Terra. Entretanto, a humanidade vem seguindo na contramão da sustentabilidade. Invés de plantar, estamos destruindo e queimando as florestas existentes, emitindo ainda mais gases de efeito estufa e tornando o nosso planeta, cada vez mais inviável para as futuras gerações. 

Diante desse iminente colapso ambiental, alguns bilionários, os maiores empresários do mundo e principais responsáveis pelas emissões de CO2, têm adotado uma abordagem preocupante. Em vez de frear ou redirecionar a indústria global para uma produção mais sustentável, muitos deles estão construindo bunkers privados com parte da riqueza acumulada pela exploração dos recursos naturais do nosso planeta. Tragicamente, esses bunkers não os livraria dos efeitos das mudanças climáticas por muito tempo.

[ Variação da temperatura global em relação ao período pré-industrial – Créditos: C3S/ECMWF ]

Alguns até especulam sobre a possibilidade de viver no espaço ou em Marte como alternativa. Mas é fundamental lembrar que o ser humano evoluiu ao longo de milhões de anos para se adequar às condições deste planeta. Apesar dos desafios, a Terra ainda será um lar mais viável do que qualquer outro mundo ao alcance humano atualmente.

Não podemos escapar do apocalipse climático, mas ainda temos a chance de evitá-lo. É urgente reduzir as emissões de CO2, acabar com o desmatamento e promover o reflorestamento. Todos nós podemos contribuir com ações individuais e votando de forma consciente em líderes comprometidos com a causa ambiental. 

O nosso conhecimento do Cosmos tem nos levado à conclusão de que a Terra é um mundo raro e precioso. O único que conhecemos onde a vida foi capaz de surgir e evoluir para seres complexos e inteligentes, capazes de refletir sobre a intrincada cadeia de fatores que que deram ao nosso planeta a fina e frágil camada de gases que, nas proporções corretas, é capaz de sustentar toda a vida que conhecemos.

Nós seres humanos, a mais primorosa criação de todo este processo evolutivo, desenvolvemos a consciência e o poder que nos coloca em um ponto decisivo da história do planeta. Este é o momento em que decidimos se nossa civilização deve prosperar, de forma mais consciente e sustentável, ou se serviremos apenas como um exemplo para as próximas civilizações terrestres. Um exemplo trágico de um acidente evolutivo, uma espécie que se desenvolveu de tal forma que produziu a própria extinção.

Fonte: Olhardigital

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