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Ascensão de Teotihuacan pode ter sido marcada por culto a sangue e espelhos

Teotihuacan (México), a maior cidade-estado que já existiu na Mesoamérica, pode ter obtido seu poder de um desejo anormal por objetos brilhantes e sangue humano, os quais poderiam ser satisfeitos pelo vidro vulcânico afiado conhecido como obsidiana.

Por Adeilson em 14/03/2024 às 02:24:59

Teotihuacan (México), a maior cidade-estado que já existiu na Mesoamérica, pode ter obtido seu poder de um desejo anormal por objetos brilhantes e sangue humano, os quais poderiam ser satisfeitos pelo vidro vulcânico afiado conhecido como obsidiana.

O IFLScience relata que, segundo nova análise de um templo sacrificial em Teotihuacan, o fascínio da população pela obsidiana resultou em obsessão semelhante a culto com espelhos e derramamento de sangue, tornando-se ligado à expansão do império.

Leia mais:

Teotihuacan e sua expansão regada a sangue e vidro

  • Antecedendo a civilização asteca em mais de mil anos, a antiga metrópole de Teotihuacan prosperou de 100 a.C. a 800 d.C.;
  • Como em outras culturas da região, as elites da cidade sofriam com o que os estudiosos chamam de "complexo de superfície reflexiva" e usavam regularmente espelhos de pirita e obsidiana como ferramentas oraculares para adivinhar o futuro e comunicar-se com os deuses;
  • No entanto, segundo novo estudo do Dr. Trenton D Barnes, do Williams College, essa obsessão com superfícies brilhantes era muito mais profunda e inspirou algumas práticas horríveis;
  • A evidência desse "culto sangrento ao espelho", diz ele, pode ser encontrada na Pirâmide da Serpente Emplumada, a terceira maior estrutura da cidade.

Barnes explica que o templo era adornado com centenas de "esculturas monumentais [representando] espelhos, dos quais emergiu a divindade Serpente Emplumada, mais tarde chamada de Quetzalcoatl entre os astecas mexicanos de língua náuatle".

Infelizmente, o local foi saqueado diversas vezes desde que foi construído, por volta de 200 d.C., mas uma das estátuas ainda mantém os discos reflexivos de obsidiana que foram originalmente embutidos nas órbitas oculares.

"Potencialmente, centenas de espelhos deste tipo foram originalmente incorporados na fachada da Pirâmide da Serpente Emplumada", segundo Barnes. "No final de um dia claro, à medida que o Sol se aproximava do horizonte ocidental, os olhos negros das cabeças esculpidas teriam 'explodido em chamas' com a luz refletida."

No entanto, o templo era muito mais do que isso. Abaixo da pirâmide, os arqueólogos descobriram esqueletos de cerca de 200 humanos sacrificados, tornando este o maior assassinato para ritual já ocorrido na Mesoamérica na época.

Vale de Teotihuacan hoje (Imagem: Arian Zwegers/ Flickr/CC-BY-2.0)

Depositados entre esses os restos mortais, estão grande número de lâminas de obsidiana e pontas de projéteis, sugerindo que o material foi usado para derramar sangue e assassinar pessoas em prol de seu ritual macabro. Assim, pela obsidiana, estabelece-se uma ligação clara entre espelhos e sangue.

Em contexto histórico, Barnes observa que a construção da pirâmide coincidiu com o aumento maciço na mineração e importação de obsidiana em Teotihuacan. Isso não só proporcionou acesso a mais espelhos, como também garantiu as matérias-primas com as quais as armas do império foram fabricadas.

É significativo o fato de que muitas das vítimas encontradas abaixo da pirâmide pareçam ser estrangeiros. Vista sob esta luz, Barnes argumenta que a Pirâmide da Serpente Emplumada foi construída de modo a arregimentar o poder de Teotihuacan, codificando a ligação entre sangue e espelhos, constituindo-se assim como monumento à "ideologia de estado marcialmente expansionista e imperialista" da cidade.

"Desde a conclusão desta estrutura, sangue e espelhos, instrumentos de obsidiana preeminentes entre este último grupo, formaram pares na [cosmologia] de Teotihuacan", destaca o doutor. Ou seja, o culto do espelho parece ter realmente crescido em popularidade em Teotihuacán exatamente quando o uso de obsidiana em armas de guerra e lâminas de sacrifício se generalizou.

Dado que, tanto a guerra, como o sacrifício humano, foram fundamentais para o estabelecimento do controle político, a associação religiosa entre sangue e espelhos pode ser vista como importante componente das ambições imperiais do governo local.

"Mais metaforicamente, o espelho aludiu à capacidade do Estado de derramar sangue com obsidiana", conclui Barnes. O estudo foi publicado na Ancient Mesoamerica.

Fonte: Olhardigital

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