Uma pós-doutoranda conduziu um estudo que levou a uma descoberta capaz de mudar nossa compreensão sobre a presença de água na Lua. As informações coletadas mostram que a crosta lunar, que constitui a superfície do satélite natural, foi enriquecida em água há mais de 4 bilhões anos. O estudo, que está na revista Nature Astronomy, contraria o conhecimento prévio que tínhamos sobre o tema.
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Tara Hayden, a pós-doutoranda que fez a descoberta, estudou um meteorito que ela classificou como proveniente da Lua. Em sua análise, ela acabou identificando, pela primeira vez, um dos fosfatos minerais mais comuns, a apatita, na amostra da crosta lunar.
A pesquisa levou a conclusões interessantes. Existem agora evidências de que a crosta lunar possui uma quantidade de água bem maior do que se imaginava anteriormente. A novidade está sendo considerada como um marco que abrirá novas portas no que diz respeito ao estudo da história da Lua.
“A descoberta de apatita na crosta lunar pela primeira vez é incrivelmente emocionante – pois agora podemos finalmente começar a juntar peças de um estágio antes desconhecido da história lunar. Descobrimos que a crosta inicial da Lua era mais rica em água do que esperávamos, e os seus isótopos estáveis ââe voláteis revelam uma história ainda mais complexa do que conhecíamos antes”, comentou Hayden.
Até pouco tempo atrás, os meteoritos lunares analisados eram os coletados nas missões Apollo. Agora, amostras coletadas mais recentemente estão revelando outras informações sobre a evolução do astro, expandindo o conhecimento humano sobre o assunto. Inicialmente, as amostras da Apollo eram consideradas “pobres em volatilidade”, mas o material coletado nos últimos anos apresenta outros aspectos.
Meteoritos coletados nas missões Apollo na Lua, no entanto, também foram capazes de levar a descobertas relacionadas à presença de água no satélite natural.
Hayden fez a descoberta enquanto estudava para seu pós-doutorado, na Western University, do Canadá. Ela identificar o que parecia apenas uma amostra rochosa, como, na verdade, um meteorito lunar. Além da identificação, a amostra provou conter informações valiosas sobre a presença de água na Lua.
"As descobertas de Tara são super emocionantes e irão contribuir para a nossa estratégia de amostragem para a missão Artemis III, onde esperamos identificar e recolher amostras de algumas das primeiras crostas da Lua", disse Gordon “Oz” Osinski, do departamento de Ciências da Terra da Western University.
Fonte: Olhardigital