A Nvidia vai revelar detalhes de seu novo processador gráfico de inteligência artificial (IA) na conferência anual da empresa, marcada para a próxima terça-feira (18). O Rubin foi batizado em homenagem a Vera Rubin, astrônoma estadunidense reconhecida por seu trabalho com matéria escura invisível no Universo.
Ao contrário de outras companhias do setor, que optam por números e letras, as inovações da empresa chefiada por Jensen Huang recebem nomes de cientistas desde 1998, quando seus primeiros chips foram baseados na microarquitetura "Fahrenheit".
Pode-se dizer que é uma cultura de uma das principais fornecedoras de serviços para Google, Microsoft, Amazon, OpenAI, Tesla e Meta. A Nvidia chegou a vender uma camiseta exclusiva para funcionários com desenhos animados de vários cientistas famosos, segundo reportagem da CNBC.
No lançamento deste ano, "Vera" se referirá ao processador central de próxima geração da Nvidia e "Rubin" se referirá à nova GPU da empresa. E a escolha faz sentido para 2025, ano em que o Observatório Vera C. Rubin, sediado no Chile, se prepara para conduzir pesquisa inédita de dez anos do céu noturno.
Antes de Rubin, a Nvidia homenageou outras mulheres em suas produções, como a cientista da computação estadunidense Grace Hopper, que cunhou o termo "bug" para se referir a falhas de computador; e Ada Lovelace, matemática britânica que foi pioneira em algoritmos de computador no século XIX.
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Rubin e Ford trabalharam juntos por anos, compilando dados no Observatório Kitt Peak, no Arizona (EUA). Eles rastrearam a rotação das estrelas ao redor do centro de galáxias distantes. E observaram algo que não era esperado.
As estrelas mais distantes estavam girando tão rápido quanto aquelas perto do centro e não mais devagar, como se imaginava. O fenômeno levantou a hipótese de que uma "massa invisível" influencia a velocidade, o que, atualmente, chamamos de matéria escura.
A descoberta foi fundamental para abrir novos campos de pesquisa na astrofísica, incluindo a física de partículas. Os cientistas descobriram depois que a matéria escura compõe mais de 80% de toda a matéria no Universo.
Ao longo de sua carreira, Rubin publicou mais de 100 artigos científicos e foi eleita para a Academia Nacional de Ciências, além de ter recebido diversos prêmios, como a Medalha Nacional de Ciências, concedida pelo ex-presidente Bill Clinton, em 1993. Rubin morreu em 2016.
"A ciência é competitiva, agressiva, exigente. Ela também é imaginativa, inspiradora, edificante. Vocês também podem fazer isso. Cada um de vocês pode mudar o mundo, pois vocês são feitos de matéria estelar e estão conectados ao Universo," disse a astrônoma no discurso de formatura em Berkeley, em maio de 1996.
Fonte: Olhardigital