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A inflação terminou mais um ano acima do teto da meta estabelecida pelo Banco Central. O índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro, divulgado nesta sexta-feira (10), foi de 0,52%, ficando 0,13 ponto percentual (p.p.) acima do registrado em novembro (0,39%). Com isso, 2024 fechou com alta de 4,83%, aumento que supera o teto estabelecido pelo BC e é bem próximo ao previsto pelo IPCA-15, no último mês.
Para explicar o rompimento da meta, o Banco Central deve enviar uma carta ainda hoje se justificando. Essa é a terceira vez desde a pandemia que isso ocorre.
O grupo de Alimentação e bebidas foi o que teve maior variação e impacto, com 1,18% e 0,25 p.p., respectivamente, chegando ao seu quarto aumento consecutivo. A ascensão é explicada especialmente pelo encarecimento de proteínas, como costela (6,15%), alcatra (5,74%) e contrafilé (5,49%). Outros grupos também tiveram variação significativa, como Vestuário, com 1,14% e Transportes, com 0,67%.
Por outro lado o índice de Habitação foi de -0,56%, com impacto de -0,08 p.p. A deflação foi impulsionada pela energia elétrica residencial, que caiu em torno de 3,20% em dezembro, já que no mês anterior ainda estava em vigor a bandeira tarifária amarela.
Economistas consultados pela Forbes avaliam de forma unânime que 2025 seguirá sendo um ano de aumento na taxa de juros. Para Leonardo Costa, economista do ASA, o ano possivelmente fechará com IPCA de 5,5%, “com pressão do câmbio e serviços ainda operando em patamar elevado”.
Em sua avaliação, Costa considera que o núcleo de serviços foi destaque negativo no último ano. “Ele interrompeu o ciclo de desaceleração e se tornou fonte de preocupação nos últimos meses. Para se ter ideia, a média móvel mensal dos últimos três meses, em dezembro, passou dos 8%”, explicou.
Marcelo Bolzan, estrategista de investimentos, planejador financeiro e sócio da The Hill Capital, segue em linha semelhante quanto ao número previsto. “É importante observar que o qualitativo [de 2024] teve alta em todos os setores, com exceção de habitação. Isso pode ser uma luz amarela para parte do mercado”, afirmou.
Fonte: Forbes Brasil