'Terra do Contrário' surgiu da rotina da atriz e jornalista ler para o filho, Gabriel; especializada em Neurociência, Educação e Desenvolvimento Infantil, ela estuda Psicopedagogia Geovanna Tominaga foi angeliquete, fez novela, foi repórter e apresentadora. Agora a paulista de 44 anos está enveredando por um novo caminho: escritora. Nesta segunda-feira (2) chega às livrarias seu primeiro livro, o infantil Terra do Contrário. Especializada em Neurociência, Educação e Desenvolvimento Infantil, ela teve a ideia ao contar histórias antes de dormir para o filho, Gabriel, de 5, de seu casamento com Eduardo Duarte.
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"Eu senti vontade de colocar algumas ideias no papel. Aquelas que eu achava mais legal, guardava para desenvolver depois", conta a atriz, que é graduanda em Psicopedagogia. Em Terra do Contrário, Caio é um garoto alegre, que vê o mundo à sua maneira, de cabeça pra baixo. "Eu sempre gostei de falar com o público infantil. Eu era uma criança trabalhando para as crianças. Com o nascimento do Gabriel, retomei meu olhar para esse universo", explica Geovanna, que fez o Clube da Criança e Casa da Angélica.
Longe da televisão desde o Dancing Brasil, em 2018, ela tem dois outros livros para o ano que vem, um também para os pequenos e ouros para os pais e o Conversas Maternas, de conteúdos sobre maternidade e desenvolvimento infantil. "Amo fazer televisão, mas acredito que hoje a internet nos dá mais oportunidade de fazer projetos em que acreditamos", diz Geovanna.
Geovanna Tominaga com o marido, Eduardo Duarte, e o filho do casal, Gabriel
Divulgação/Caio Basílio
Sempre lembrada quando, então repórter do VideoShow, em 2009, Susana Vieira tirou o microfone de sua mão e disse que não tinha paciência para quem está começando, Geovanna minimiza o ocorrido. "Foi apenas um momento dentro tantos outros que vivi", afirma. "Escrever um livro sobre diversidade e empatia para as crianças, é uma forma de instruí-los e dizer que, sim, eu tenho paciência para quem está começando", que tem na ponta da língua o que diria para a Geovanna daquela época: "Você fez um ótimo trabalho!".
Como surgiu exatamente a vontade de escrever um livro infantil? Foi para o seu filho?
Na verdade não. A partir da nossa rotina de ler livros e contar histórias inventadas antes da dormir, eu senti vontade de colocar algumas ideias no papel. Aquelas que eu achava mais legal, guardava para desenvolver depois. Uma delas acabou se tornando um livro.
Era uma história que você contava para ele?
Gabriel não conheceu a história de Terra do Contrário até poucos dias antes do lançamento. A ideia surgiu da observação do comportamento dele e de outros bebês, de ficar de cabeça para baixo. Eu ficava olhando e imaginando o porquê disso e se tornou o ponto de partida para a história.
Geovanna Tominaga e o filho, Gabriel
Reprodução Instagram Geovanna Tominaga
Qual foi sua maior preocupação ao escrever um livro infantil, a linguagem ou a mensagem?
Não me preocupei com nada técnico durante a criação. Apenas deixei fluir minhas memórias de infância junto com as vivências do dia a dia com o meu filho.
Como foi esse seu movimento para a psicopedagogia, seu envolvimento com educação infantil?
Eu sempre gostei de falar com o público infantil. Eu era uma criança trabalhando para as crianças. Cresci nesse ambiente durante os anos no Clube da Criança, Casa da Angélica, Angel Mix e depois apresentando a TV Globinho. Com o nascimento do Gabriel, retomei meu olhar para esse universo.
E depois?
Quando veio o lockdown, o Gabi tinha 11 meses e eu me preocupava em criar um ambiente estimulante dentro de casa para o desenvolvimento saudável dele. Fui pesquisando, estudando o tema. Fiz pós-graduação em Neurociência, Educação e Desenvolvimento infantil. Depois quis aprofundar mais e ingressei na graduação em Psicopedagogia. Acho que foi algo natural querer estudar mais a fundo sobre o desenvolvimento infantil.
Era uma vocação que você nunca tinha escutado?
Não sei se diria que é uma vocação. Acho eu é mais uma vontade de dedicar meu tempo e esforços para algo que acredito ser de extrema importância que é essa fase da vida, a infância.
Geovanna Tominaga
Reprodução Instagram Geovanna Tominaga
O que mudou no seu maternar estudando o universo infantil?
Muita coisa. Ter informação te dá mais ferramentas para lidar com os desafios no dia a dia. Mas mesmo estudando, posso dizer que nos pais e mães estamos constantemente aprendendo com os nosso filhos.
Você está longe da televisão desde 2018. Foi uma escolha consciente? Sente falta?
Meu último trabalho na TV foi em 2018, na Tv Record ao lado da Xuxa quando participei da terceira edição do Dancing Brasil. Sai vencedora do reality e muito realizada. Tirei um ano sabático para realizar projetos pessoais como casar, engravidar e construir a minha família. Eduardo e eu nos casamos em setembro e eu voltei da lua de mel grávida. Planejei ficar em casa no primeiro ano do Gabriel. No segundo ano veio a pandemia e tudo mudou. Amo fazer televisão, mas acredito que hoje a internet nos dá mais oportunidade de fazer projetos em que acreditamos.
Ficar longe da televisão foi melhor para sua vida pessoal, seu marido e filho?
Eu não atribuo a questão de não estar na TV com a decisão de ter uma família. Eu trabalho desde os 9 anos de idade. Hoje tenho 44 e continuo trabalhando. Atingi um momento na vida que posso controlar a minha agenda e escolher projetos que tenham mais a ver com o meu propósito. Isso com certeza, me dá mais tempo para me dedicar ao que me traz felicidade.
Você virou meme quando Susana Vieira disse para você que "não tenho paciência para quem está começando". Olhando para trás, como avalia esse momento na sua vida, ao vivo no ar?
Foi apenas um momento dentro tantos outros que vivi.
Já encontrou com Susana depois disso?
Já sim.
O que a Geovanna de hoje diria para aquela Geovanna?
Você fez um ótimo trabalho!
Angélica entre as angelicats Juliana Silveira, Geovanna Tominaga, Mirella Tronkos e Micheli Machado
Reprodução/Instagram
Você foi angeliquete - mantém contanto com Angélica ou as meninas?
Mantemos sim. Inclusive a Angélica escreveu o texto de orelho do meu livro. Não poderia ser outra pessoa que não ela, que me deu a primeira grande oportunidade na televisão. Foram quase 20 anos trabalhando como angeliquete ao lado dela. A Mariana Nogueira, Micheli Machado, Juliana Silveira e Marcela são parceironas. Estamos sempre nos encontrando. Nossa amizade até virou um projeto na internet, o Kazamigaz!
Viu o documentário das paquitas? Sua experiência foi diferente, mas você se viu refletida ali de de alguma forma?
Assisti e me emocionei. A realidade que as paquitas viveram está longe de ser a que nós [angeliquetes] vivemos em muitos sentidos. Mas me lembrou muito a nossa fase de gravações, shows e ensaios. Era uma correria gostosa!!!
Tem projetos para o futuro?
Tenho dois livros pra sair ano que vem, um infantil e outra para os pais. Além da literatura, há o Conversas Maternas, uma plataforma de conteúdos sobre maternidade e desenvolvimento infantil, que deve estrear no formato de Podcast.