Os carros antigos sempre impressionam por seus preços exorbitantes e estado de conservação que os colecionadores se esforçam para manter em seus veículos. Nessa toada, como traz a jornalista Paula Gama, do UOL, o Volkswagen Fusca é um bom exemplo.
O modelo, que surgiu na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial a pedido de Adolf Hitler, foi, e ainda é, um dos veículos mais populares do Brasil.
E um exemplar de 1952, chamado de Split Window, se viu cada vez mais valorizado. No primeiro semestre de 2022, foi vendido por R$ 450 mil. Em 2023, foi revendido por R$ 800 mil e, atualmente, está avaliado em mais de R$ 1 milhão.
Para entender mais sobre essa hiper-valorização e tamanha cobiça por esse automóvel, Gama conversou com Alex Fabiano, da GG World Classic Cars, empresa especialista em veículos antigos e responsável pela intermediação das duas últimas vendas do Split Window.
Fabiano explica que o Fusca em questão está em tão bom estado e bem próximo do original que acaba sendo (muito) bem valorizado.
.”É um carro ‘matching numbers’, o que significa que possui todas as peças originais, inclusive motor e câmbio com números de série que são os mesmos dos registros de fábrica. A originalidade é um dos fatores que mais valorizam carros clássicos. Cada peça que permanece inalterada se torna uma raridade e é isso que atrai os colecionadores”, diz.
Além disso, outro detalhe importante que faz esse Fusca ser tão especial é sua procedência única. Ele foi importado pela Brasmotor, empresa que, naquela época, era responsável por trazer automóveis estrangeiros para cá.
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Mas este não é o único Fusca valorizado. O Fusca Oval, que começou a ser fabricado em 1954, pode ser encontrado por valores no entorno de R$ 300 mil. Já o Fusca Itamar Ouro, de 1996, o “último dos moicanos” por aqui, mas que possui valor sentimental para muitos colecionadores.
Fabiano crê que os preços, especialmente de modelos icônicos e raros, continuarão subindo. Isso mostra como o brasileiro tenta preservar a história automotiva local, opina a jornalista.
E não só a questão história está em discussão. Esses automóveis clássicos também são investimentos que poderíamos comparar à poupança (ou ao Tesouro Direto, etc.), por exemplo, pois são atraentes, sobretudo por serem mais seguros.
Segundo Fabiano, o mercado internacional tem papel importante na valorização dos modelos clássicos. “Se você tentar importar um Split Window 1952 da Alemanha, vai pagar mais de R$ 2 milhões com as taxas de importação. Isso cria um diferencial para os exemplares que já estão no Brasil e acabam atraindo investidores locais e internacionais”, relata. E isso não está limitado ao Fusca 1952.
Outros modelos clássicos, como o VW GTI e o Dodge Charger RT obtiveram boas valorizações, chegando a valer até R$ 600 mil. Segundo o empresário da GG World Classic Cars, “há 30 anos, ninguém dava valor para esses carros. Hoje, eles são tratados como obras de arte”.
Os automóveis icônicos começaram a participar de leilões e concursos mundo afora, pois carros de procedência segura e restauração perfeita tendem a ser premiados e, assim, serem ainda mais valorizados.
Por décadas, estivemos fora do cenário mundial no segmento de mercado de clássicos, mas, hoje, ele vem se expandindo muito quando se fala na comercialização e valorização desses veículos.
Tanto que, hoje, nosso mercado tem sólido nicho e movimenta muito dinheiro, além de estar se profissionalizando com rapidez. Fabiano destaca que tal cenário vem de uma série de fatores, como o interesse, cada vez, maior, em preservar sua história.
“Hoje, muita gente vê um carro antigo como um investimento sólido, um bem que valoriza ao longo dos anos e que traz retorno interessante”, conclui.
Fonte: Olhardigital