Lançada em abril de 2023, a sonda JUICE (sigla em inglês para "Explorador das Luas Geladas de Júpiter"), conduzida pela Agência Espacial Europeia (ESA), capturou as imagens mais nítidas já registradas do cinturão de radiação da Terra.
A espaçonave tem um longo caminho pela frente antes de chegar ao seu destino, Júpiter, e às luas Ganimedes, Calisto e Europa. No trajeto, ela precisa executar algumas assistências gravitacionais – incluindo uma manobra inédita envolvendo a Terra e a Lua, realizada em agosto.
Durante essa manobra, a sonda JUICE testou seus instrumentos e coletou dados. Um desses testes captou sinais de vida na Terra. Entre os instrumentos utilizados estava o JENI (que significa algo como "Neutros e íons energéticos jupiterianos"), da NASA, que fotografou o planeta enquanto a espaçonave se afastava.
“O que foi capturado não é visível ao olho humano”, explica Patricia Talbert, da equipe de defesa planetária da NASA, em um comunicado. Diferentemente das câmeras tradicionais, o JENI utiliza sensores que detectam átomos neutros energéticos emitidos por partículas carregadas que interagem com o gás hidrogênio ao redor da Terra.
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Essas imagens revelaram uma visão impressionante dos cinturões de radiação do planeta, também conhecidos como cinturões de Van Allen. Esses cinturões, descobertos pelo astrofísico James Van Allen, são formados por partículas de radiação de alta energia que a magnetosfera terrestre retém, protegendo o planeta dos ventos solares disparados pelas explosões do Sol, que poderiam danificar a tecnologia e afetar a vida na Terra.
Durante um sobrevoo de 30 minutos, o JENI e o instrumento "Elétrons energéticos Jovianos" (JoEE) também coletaram dados sobre a interação entre a superfície da Lua e o ambiente espacial.
Matina Gkioulidou, cientista vice-líder do JENI, celebrou as imagens capturadas. “Ficou claro que havíamos capturado o vasto anel de plasma quente que circunda a Terra com detalhes sem precedentes".
Embora a missão JUICE ainda tenha dois sobrevoos pela Terra e um por Vênus antes de alcançar Júpiter em 2031, o sucesso inicial dos instrumentos gera grande expectativa para as próximas etapas da jornada.
Fonte: Olhardigital