Em um documento divulgado nesta segunda-feira (25), a Sociedade Alagoana de Infectologia (SAI) informou que, considerando as últimas pesquisas científicas publicadas, passa a não recomendar o uso rotineiro de cloroquina ou hidroxicloroquina para tratamento da Covid-19, mesmo para pacientes com fatores de risco para complicação, assim como o fez a Sociedade Brasileira de Infectologia, "uma vez que ainda não foi demonstrado o benefício de tais medicações para tratar esta doença, e ainda houve associação a um risco maior de letalidade".

A Recomendação, divulgada hoje, modifica a recomendação anterior, quando a SAI apresentou uma proposta de Protocolo de Manejo Ambulatorial das Síndromes Gripais (Recomendação SAI -04) que incluía a utilização do medicamento.

Os demais pontos da Recomendação 04 ficam mantidos, entre eles o atendimento urgente de pacientes com sinais de gravidade; a oferta de pronto-atendimento hospitalar em hospitais que disponham de leitos de enfermaria e UTI destinados à Covid-19, para atendimento urgente dos pacientes com sinais de gravidade; e redução do tempo de permanência dos pacientes nas unidades de pronto-atendimento e demais atendimentos emergenciais atém no máximo 24 horas, sendo o ideal que não ultrapasse seis horas.

"Por se tratar de uma doença recente, com inúmeras pesquisas em andamento, certamente asrecomendações de melhor tratamento serão modificadas inúmeras vezes. Continuamos atentos e sempre norteados pelo princípio hipocrático da ética médica de primeiro não causar dano", finaliza a Recomendação atual, assinada pelo presidente da SAI, Fernando Luiz de Andrade Maia.

CNS

Na Recomendação 042, divulgada no dia 22 deste mês, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) recomendou ao Ministério da Saúde que suspenda as Orientações para manuseio medicamentoso precoce de pacientes com diagnóstico da Covid-19, publicadas em 20 de maio de 2020, autorizando uso de cloroquina/hidroxicloroquina para tratar sintomas leves da Covid-19.

Recomendou ainda que não libere uso de qualquer medicamento como preventivo ou para tratamento da Covid-19 pela ausência de confirmações de uso seguro aos usuários.

Ao Ministério Público Federal a Recomendação destaca "que, em razão do descumprimento da legislação do SUS e dos riscos à saúde da população brasileira, representados pela utilização da cloroquina e da hidroxicloroquina no contexto da pandemia pelo novo coronavírus, tome as devidas providências para que as orientações para manuseio medicamentoso precoce de pacientes com diagnóstico da Covid-19, publicadas pelo Ministério da Saúde, sejam suspensas".

O documento é assinado pelo presidente do CNS, Fernando Zasso Pigatto.

OMS

Também nesta segunda, a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou a suspensão temporária do uso da hidroxicloroquina em pesquisas que a Organização coordenava em 100 países.

A suspensão se dá até que a segurança do medicamento seja reavaliada, e é baseada em estudos que mostram que a hidroxicloroquina pode aumentar a taxa de mortalidade e não é eficaz contra a Covid-19.