Ler essa frase, "o que é ser mulher?", pode levantar alguns questionamentos angustiantes, e para responder tal pergunta trago uma filósofa existencialista que se deleitou no estudo do feminismo. Simone de Beauvoir em seu livro, O Segundo Sexo, aponta que "ninguém nasce mulher: torna-se mulher", isso significa dizer que a construção da identidade gênero feminina vai muito além do sexo original; entender a elaboração do feminino é compreender a relação direta com o social e que este interfere na forma que aprendemos sobre como agir, falar e se comportar.
O Feminismo como movimento chega ao Brasil no século 19, dando a mulher um lugar de fala e de luta por direitos igualitários. Durante décadas, tivemos um olhar sobre a "prometida" através do homem, mediante uma estrutura patriarcal e machista que ditava uma submissão biológica, intelectual e material; belas, recatadas e reprodutivas.
Pensar sobre esse debate é abranger a estruturação cultural que o mundo sempre pertenceu aos machos, sendo essa, uma construção histórica falocêntrica e que foi transversalmente por meio da luta que as mulheres alcançaram a educação e a possibilidade de uma mudança na narrativa, pontuando assim pela própria experiência o que é ser mulher.
O combate é constante, desmistificar o senso comum sobre tal afirmativa, nos traz um engajamento e aprofundadamente sobre a busca do mulheril, destruindo uma visão destronada da feminilidade, tornando possível a construção de uma independência e condição humana. O mundo feminino vai muito além de um casamento ou da maternidade, ser mulher é escolher sua liberdade.