"Que minha solidão me sirva de companhia. Que eu tenha coragem de me enfrentar. Que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo."
Sentir-se só, estar só, ser só. Esses dias eu estava na aula de fenomenologia refletindo sobre o que é ser só, tentando entender porque a solitude nos assusta, porque passamos nossas vidas em relações inconsistentes pelo fato de não conseguirmos enfrentar nossos próprios medos, desejos e angústias.
Aprendemos que o outro nos trará felicidade e completude, mas, esqueceram de nos avisar que quando deitamos nossas cabeças no travesseiro, quando paramos para analisar nosso interior, cada um encontrasse sozinho, que ali podemos acessar aquilo que não mostramos para o outro, aquilo temos medo de verbalizar.
Por que toda essa viagem para falar sobre solidão? Porque a solidão faz parte de nós, nascemos sozinhos e morremos sozinhos, porém, lutamos a vida toda para não ser e não se sentir só. Hipocrisia!
Trazer solidão como tema para uma coluna é pedir a vocês, leitores, que pensem sobre não ter nada e se sentir plena com tudo. Por que existe esse medo coletivo do sozinho? Por que as pessoas que gostam de estar só são consideradas desajustadas?
É na solidão dos nossos pensamentos que florescemos o que existe de bonito em nós. É na solidão que criamos e recriamos novos ares e lares.
Sim, precisamos de pessoas. Sim, somos seres sociáveis. Contudo, também precisamos de nós mesmos, pois, no final do dia as companhias que temos à nossa volta só vai agregar a melhor companhia que poderíamos ter, a nossa.
Talvez você tenha medo de tentar, talvez você tenha aprendido a se odiar, talvez seu interior te assuste, talvez você consiga perceber que você se basta. Permita-se desfrutar da simplicidade do ser só!